PRESO EM MIM

Quando falo e os ouvidos não traduzem,

não auscultam, só sabem escutar,

se meu grego é de fato língua morta

contra portas que nunca se abrirão...

Onde a voz não tem vez, nem mesmo escrita;

grita em vão, joga tinta no vazio;

meu latim é o latido indecifrável

que não causa ternura nem temor...

No momento em que as minhas expressões

não têm mais expressão, volume, peso,

quando as páginas férteis dos meus olhos

já não brotam nas terras de outros olhos...

Se meu íntimo é sempre distorcido

ao sair dos limites do silêncio,

é melhor ser meu próprio prisioneiro...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 08/01/2013
Código do texto: T4073348
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