OFÍCIO

E todo verso que faço

Um pedaço de mim está e fica e se vê

Um outro ninguém sabe, um laço

que não se sabe onde fica e nenhuma vista lê

E toda estrofe que nasce

Meus sonhos e verdades lá estão

Num outro canto, outras verdades

No esquecimento ficarão

Quando o poema, inteiro, surge diante de mim

É meu o rosto e é meu o nome

Mas é um outro que não sou eu

Não sei se isso é o começo ou o fim...

E então me refaço e me reescrevo

Junto ou em pedaços o tempo inteiro

Sou e não sou, tenho ou não tenho

É este o poeta e o seu ofício primeiro

CAMPISTA CABRAL
Enviado por CAMPISTA CABRAL em 07/01/2013
Código do texto: T4071635
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.