URGÊNCIA

As palavras que habitam o meu silêncio

Fervem meus sentimentos...

Ficam entre a fala e o olhar

E se calam por tamanha necessidade de ser mais...

Quero dizê-las com a grandeza do seu significado.

Roçam em mim como um pequeno felino,

Pedindo carinho, querendo colo e consolo...

Preciso lapidar-me para contê-las.

São por demais delicadas...

Emoções que engasgam minhas atitudes,

Me tomam a ação e me paralisam diante a quem se destinam.

Às vezes se escondem numa canção,

Fazendo dela seu momento de existir além de mim.

No entanto, hoje, estão a se rebelar na minha alma,

Com tamanha urgência de ser e estar.

Sim, meu amor...

Ah, quão doce é dizê-lo!

Eu amo você, exato e definitivo,

Certo como a pulsação de estar viva...

Amo, sendo isso a extensão do meu ser .

Sendo isso, a minha essência da alegria.

O tempo cuidou dessa certeza,

O tempo me revelou você...

Fique e venha ver

Que o que está em mim

É tudo que deslumbro em você...

Sei que é pouco apenas dizer,

Há que me abrir por inteira,

Deixar que tome meu coração

E o tenha na íntegra em suas mãos...

Entenderei sua cautela, seus receios...

Tenho, estabelecido em mim, a promessa e a vontade,

Mas amar se faz amando, amar se faz sem prévias...

Amar é agora, no tempo que nos cabe e pertence.