A Um Poeta
Era ao som de uma guitarra que a
Poesia crescia.
Só a guitarra sabia o que na alma lhe ia.

Das cordas de uma guitarra uma Avé
Maria Sagrada.
Era assim que o poeta rezava.

Nosso Senhor ouvia uma triste melodia.
Era assim que o poeta pedia o pão nosso
De cada dia.

Neste mundo sofredor há pouco lugar para
o amor.
E o poeta sentia a falta que este amor lhe fazia.

Amigo da natureza, do pó da terra, especialista.
As sementes selecionava, cada uma envolvia
Com essências de poesia.

Solo regado, bem tratado, retribuía.
Plantava, colhia e sua alma sorria.
O som da guitarra enchia ruas e cercanias.

Era assim que o poeta agradecia e pedia para
aquela estrela guia aparecer para ele um dia.
E o levar para o lugar onde mora a poesia.
Lita Moniz