Cabelos Grisalhos
A árvore parece cansada
Teus frutos não estão como dantes
Mas a frondosa fincou raízes tão profundas!
Tão...
Tão...
Tão grisalhas
Que mesmo não podendo vê-las
Ou
Admirá-las
Assim mesmo
Sente teu broto percorrer
Da
Cabeça
Aos
Pés
Fermentando teu corpo todo
Deixando a certeza que tuas palavras são únicas
São verdades-verdadeiras
Mesmo que o tom de tua pele pareça o fim
E teu tronco fique a cada dia mais distante do ontem...
Mas inquebrantável é tua experiência!
Então que venha...
O intempestivo sol!
ou
A lágrima de cada gota da chuva!
Então:
Que venha logo tempestade qualquer!
Pois a neve na copa de teu último galho:
É sabedoria!
É seiva que escorre desde outrora teu corpo
Verdejando o plantio
Galho por galho...
Galho a galho...
Todos os galhos!
Nutrindo-os todos
Da primeira a derradeira raiz
Indo e voltando
Voltando e indo
Sempre!