Cabelos Grisalhos

A árvore parece cansada

Teus frutos não estão como dantes

Mas a frondosa fincou raízes tão profundas!

Tão...

Tão...

Tão grisalhas

Que mesmo não podendo vê-las

Ou

Admirá-las

Assim mesmo

Sente teu broto percorrer

Da

Cabeça

Aos

Pés

Fermentando teu corpo todo

Deixando a certeza que tuas palavras são únicas

São verdades-verdadeiras

Mesmo que o tom de tua pele pareça o fim

E teu tronco fique a cada dia mais distante do ontem...

Mas inquebrantável é tua experiência!

Então que venha...

O intempestivo sol!

ou

A lágrima de cada gota da chuva!

Então:

Que venha logo tempestade qualquer!

Pois a neve na copa de teu último galho:

É sabedoria!

É seiva que escorre desde outrora teu corpo

Verdejando o plantio

Galho por galho...

Galho a galho...

Todos os galhos!

Nutrindo-os todos

Da primeira a derradeira raiz

Indo e voltando

Voltando e indo

Sempre!

GuimarãesCampos
Enviado por GuimarãesCampos em 05/12/2012
Reeditado em 11/02/2013
Código do texto: T4020282
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