968 _ PRISIONEIROS DA MÁ SORTE
No pulsar atômico do cogumelo sanguíneo
Misera sorte desponta em mortes horrendas
Quando a sonhar com deliciosa merenda
Do ser humano ao nostálgico declínio.
No seio da terra um abismo imenso
Entre frio e silencio vãos os sonhos de vida
Trejeito impulsivo em desgosto ao universo
Hiroshima e Nagasaki, as duas feridas.
Pelos ventos a soprar infortúnios mutilados
Na miséria corpos frios estáticos inertes
Sentindo todos, pelo mundo desamados.
Ainda que vagando a esperança na morte
Crianças defeituosas até hoje perturbadas
Exonerados prisioneiros da má sorte.