PORTAS DE RUA

Adoro portas espelhadas
Do centro da cidade,
Nas ruas mortas dos fins de semana,
E, passo na rua, sua,
Onde o trem dorme sossegado
E o pipoqueiro nem existe.
Adoro estas portas espelhadas
Onde acomodo os cabelos
E a camisa
Nas
Calças.
E vaio o vento
Que balança a chaminé.
Desperto o meu medo,
De faro aguçado.
Acordo um telefone
Mudo,
Surdo,
Numa sala trancada.
Esperança,
Num desses espelhos,
Estarás amada,
Retocando o batom,
Pela janela oposta.
 
(Poesia publicada na antologia, Poetas Brasileiros de Hoje 1987.)


Moacir Luís Araldi
Enviado por Moacir Luís Araldi em 20/11/2012
Reeditado em 20/11/2012
Código do texto: T3996201
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