Lamúria de cadáver
Em meu leito,
oscilava o crânio fortemente
Quem disseste 'paz após a morte',
não tinha vermes em sua fronte
Eles andam por todo encéfalo
Tiram de mim neurônios e o resto
Memorial se esfalece
Deterioração de mim
Seria isso paz?
Estirar-se em caixa vazia
Agonizar sem saber dias
Virar pó, sem saber quando?
Escutar murmúrios de pesar
Prantos a minhas larvas molhar
Calmaria, pois tenho olhos lacrados
Língua paralisada de bactérias
Silêncio abundante
Lágrimas se foram embora
Minha carne continua a cair
Era eu apetitoso, e não sabia o quanto
Vida vivida, vida morta
Em meu tórax,
tudo foi devorado
Nada restou
De meus pés,
parcialmente carne
parcialmente dedos
parcialmente calos
Mas não lhe avisei
de algo em minha garganta
São teias de aranha
No inferno de meu leito
Agora te pergunto
Com cheiro intenso
Carne comida e alma torturada
Cadê a minha prometida paz?