TANTO ASSIM QUE...
Às vezes, luto e me esforço
Em batalhas desiguais,
E ainda sinto remorso
Por não ter lutado mais.
Trabalho até que, extenuada,
Em suor me vejo esvair.
E assim, fico tão cansada
Que não consigo dormir.
Às vezes, a dor que eu trago
E tanto tento esconder
Eu mesma alimento e afago
Para que possa crescer.
Meu coração não desiste
De em vão de novo esperar.
E assim, eu fico tão triste
Que não consigo chorar.
Às vezes, em meio ao drama
Da vida - lento martírio,
Eu chego a cair de cama,
Ardendo em febre e delírio.
E a morte até se ressente
De em tanta dor se envolver...
E assim, eu fico tão doente
Que não consigo morrer.
Às vezes, acho-me feia,
Desajeitada e insegura.
Há algo em mim que receia
Jamais estar à tua altura.
Escondo-me nalgum canto,
Só pra não te incomodar...
E assim, eu te amo tanto
Que não consigo te amar!...
13/11/2012