Socorro à vida

Paro,

Olho,

Observo.

Vejo papéis

Com muitas informações.

Informações antigas,

São documentos.

Para que servem esses documentos antigos?

Cheirando a mofo,

Com fungos se banqueteando,

Nesta saborosa iguaria.

Mais eis nele algo que chama atenção.

Atenção!

Atenção!

Atenção!

Há mais do que informação,

Mais do que cheiro de mofo,

Do que fungos em banquete.

Há memórias que clamam,

Clamam para serem ouvidas.

Há descobertas a serem feitas.

Memórias que clamam,

Clamam por socorro.

Estão em deterioração.

Rápido!

Chamem os socorristas,

Para-médicos,

Levem para o hospital.

Conservação!

Restauro!

Socorro feito,

Documento conservado,

Restaurado,

Livres do mofo,

Livres dos fungos.

Cuidado!

Manusei com cuidado,

Não são simples papéis,

Sem vida.

Há vida,

Memórias,

Estão em suas terceiras idades.

Pesquisados,

Ingeridos,

Novos sopros de vida recebem.

Alegres!

Felizes!

Voltam para a vida.

Não estão mortos.

Nem habitam obscuros arquivos mortos,

E sim vivos arquivos

Com suas memórias,

Próprias vidas,

Dinamismo.

Almejam companhia

Re-memorização

E cuidados,

Novo sopro de vida.

Israel Goulart
Enviado por Israel Goulart em 28/02/2007
Reeditado em 28/02/2007
Código do texto: T396346
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