O levante popular
Envergaram-se os alicerces perante força atemporal
Petrificaram-se as baixezas dos marechais algozes
Emudeceu-se a eloquência dos militantes ferozes
Face ao poder peremptório desta balança eleitoral
Calçado nos desatinos dos ajuizados cidadãos
Doutorandos na sofreguidão da labuta estradeira
Pesado na consciência de uma justiça derradeira
Fez-se o levante furioso em protesto aos alabãos
Impiedosos fustigaram a pálida ferida da nação
E agora em tua carne se estampa a cólera onipotente
Pois o açoite do chicote já não faz mais obediente
Um povo de raiva cega que agora enxerga a fálica gestão
Pelo que decretou tua ação fez-se a lei bárbara da reação
Ecoar em tua bastilha o deboche sonoro de tua própria gente
Que já marcha com vivacidade face ao teu trote decadente
Rumo aos confins do esquecimento em alguma esquina do sertão
Carlos Roberto Felix Viana