Remédio e veneno
Sinto falta de coisas que o vento levou,
De cheiros e gostos que se evaporaram,
De canções esquecidas que diziam quem sou,
De histórias perdidas que ficaram pela estrada.
Sinto falta de momentos agora distantes,
Daqueles instantes que apontavam pro futuro,
Das incertezas macias e das certezas errantes,
Sinto falta do antes que ficou no escuro.
Tempo matreiro, remédio e veneno,
Teu golpe certeiro é torto e é pleno.
Tempo inquieto, amigo e carrasco,
Teu vôo profético traz doces e ascos.
16/10/2012