ESPERANÇA VÃ
Dias e noites a aguardar em fio,
Tendo por canto o choro do rio,
Por insônia a dor,
Então permaneceu no seu canto,
Firme, paciente, esperando tanto,
O pobre sonhador.
Do seu ato de tal modo se gabava,
Que todo o povo, quando passava,
Zombava de sua sorte;
Esse povo que impaciente de esperar
Pela vida sem vê-la então passar,
Buscou-a na própria morte.
Sempre ali, firme na dura sina,
De olhar pregado na longe esquina,
Foi que cochilou.
E de tanto esperar pela vida,
Veloz, traiçoeira, despercebida,
A vida lhe passou.
Buscando a vida à sua maneira,
Todo um outro povo, a vida inteira,
Nesse jogo se perdeu.
Porém o que mais me dói, ó Monge,
É que além da esquina, vendo ao longe,
Também me sento e espero eu.
Dias e noites a aguardar em fio,
Tendo por canto o choro do rio,
Por insônia a dor,
Então permaneceu no seu canto,
Firme, paciente, esperando tanto,
O pobre sonhador.
Do seu ato de tal modo se gabava,
Que todo o povo, quando passava,
Zombava de sua sorte;
Esse povo que impaciente de esperar
Pela vida sem vê-la então passar,
Buscou-a na própria morte.
Sempre ali, firme na dura sina,
De olhar pregado na longe esquina,
Foi que cochilou.
E de tanto esperar pela vida,
Veloz, traiçoeira, despercebida,
A vida lhe passou.
Buscando a vida à sua maneira,
Todo um outro povo, a vida inteira,
Nesse jogo se perdeu.
Porém o que mais me dói, ó Monge,
É que além da esquina, vendo ao longe,
Também me sento e espero eu.