DIA COMO UM OUTRO
Hoje é domingo.
A cidade está calada,
Triste, quase sem vida.
Não há mais o corre-corre,
E vazio é já o formigueiro.
Chácara, clube, piscina,
Praia, teatro...
Cada qual tomou o bonde do seu destino.
Existe sempre uma mão esquerda
Para cada mão direita neste mundo.
Terá também a sua exceção esta regra?
As placas de sinalização existem mudas,
Mas não para mim que sou surdo
E aprendi a linguagem sem voz.
Sei perfeitamente o que elas me dizem:
Quebre à esquerda,
Vá em frente,
Atenção!
- E obedeço-as sempre.
São elas que dão rumo à minha vida
Tão sem sentido.
Hoje é domingo.
Em cada mão outra mão
Apertam-se na saudade de uma semana.
Mas o que é isto?!
Pô! Esqueci-me de que as placas
Foram feitas por homens:
Elas também enganam!
Maldita placa!
Maldita a minha confiança desmedida!
Maldito este beco sem saída!
Hoje é domingo.
Para os outros, não para mim.
Eu não tenho mão direita,
Perdi-a num desastre.
Hoje é domingo.
A cidade está calada,
Triste, quase sem vida.
Não há mais o corre-corre,
E vazio é já o formigueiro.
Chácara, clube, piscina,
Praia, teatro...
Cada qual tomou o bonde do seu destino.
Existe sempre uma mão esquerda
Para cada mão direita neste mundo.
Terá também a sua exceção esta regra?
As placas de sinalização existem mudas,
Mas não para mim que sou surdo
E aprendi a linguagem sem voz.
Sei perfeitamente o que elas me dizem:
Quebre à esquerda,
Vá em frente,
Atenção!
- E obedeço-as sempre.
São elas que dão rumo à minha vida
Tão sem sentido.
Hoje é domingo.
Em cada mão outra mão
Apertam-se na saudade de uma semana.
Mas o que é isto?!
Pô! Esqueci-me de que as placas
Foram feitas por homens:
Elas também enganam!
Maldita placa!
Maldita a minha confiança desmedida!
Maldito este beco sem saída!
Hoje é domingo.
Para os outros, não para mim.
Eu não tenho mão direita,
Perdi-a num desastre.