MIOS

Cadê os gatos?

Não tão mais nos espiando nos telhados?

Será que o tempo os comeu?

Caramba!

Por onde os felinos andarão?

O siberiano

O persa

O siamês

O bra-si-lei-ro real

E o temido gato preto?

Sei só que nos telhados não!

Olho pra cabeceira da cama

Ao lado do criado-mudo

No quartinho das crianças

Em cima do sofá da sala

Pra’s botas...

Procuro-os com novelo da vovó

E nada!

Então...

Pra rua vou

Quem sabe?

Olho outra vez bem lá pro alto

Lá pra grimpa do arranha-céu...

Será?

E nada!

Cadê os gatos?

De repente escuto um lamento

Penso:

Algum deles deve ser

Quem sabe dando o pulo-do-gato?

Ufa!

Enfim...

Tá o bichano lá

Enrosco-me em seu rabo empinado

Roço minhas mãos pelo pêlo do angorá

Espicho o meu em seu tronco sinuoso

Bem de pertinho esgueiro-me de seu focinho

Então vejo a coleira...

Desengraçado assim ta!