Monólogo Débil.

Da lâmina à mão dormente

um comando, triste intento.

Da inércia em tua frente

ao súbito movimento.

Um golpe seco, repente,

rebentou-se carne à dentro,

pra jorrar vermelho e quente

teu sangue inglório e nojento!

Desabando, sem amparo,

enquanto a vista apequena...

No teu olhar, vidro claro,

fui eu a última cena.

Que momento belo e caro!

Que morte sem par, sem pena!

Silêncio sombrio e raro

de noite morna e amena.

E ao ver-te, cadáver frio,

maculando o chão assim,

de meu álamo, sorrio,

tão orgulhoso de mim!

Felicidade no cio,

porque tudo teve fim...

Teu corpo tombou, vazio,

libertando a alma enfim.

Lola Viki
Enviado por Lola Viki em 23/07/2012
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