Monólogo Débil.
Da lâmina à mão dormente
um comando, triste intento.
Da inércia em tua frente
ao súbito movimento.
Um golpe seco, repente,
rebentou-se carne à dentro,
pra jorrar vermelho e quente
teu sangue inglório e nojento!
Desabando, sem amparo,
enquanto a vista apequena...
No teu olhar, vidro claro,
fui eu a última cena.
Que momento belo e caro!
Que morte sem par, sem pena!
Silêncio sombrio e raro
de noite morna e amena.
E ao ver-te, cadáver frio,
maculando o chão assim,
de meu álamo, sorrio,
tão orgulhoso de mim!
Felicidade no cio,
porque tudo teve fim...
Teu corpo tombou, vazio,
libertando a alma enfim.