O poeta RayKorthizo Perez, numa charge do artista Marcelino, no ano de 1983.
OS VERSOS A CAMINHO
"Nem o mármore, nem os monumentos dourados dos príncipes hão de sobreviverem a estes versos." (W. SHAKESPEARE)
O dia a dia,
é como chuva fina,
gelada, molha-me.
A minha sombra,
caminha com as minhas dores.
Ao meio dia, uma rosa desfolha-se.
A minha estatura,
é a dimensão de minha tristeza,
Do asfalto quente,
brota um sonho translúcido,
Os frutos,
são como o sol, a chuva,
o mar, um lago refletido no luar.
Os frutos, é logo amanhã.
Entendo a inexistência da vida.
O amor é um fogo fátuo,
a minha presença,
está na minha ausência.
Sonho por sonho,
coloco-os no outono da vida.
O universo não é maior
que meu coração,
nele não cabe, nem o ódio,
nem o rancor,
ele é uma paisagem de paz,
de saudade, do amor...
nele, cabe, apenas o sorriso
puro e límpido das crianças,
a mão estendida ao leal companheiro.
No entanto,
estou numa viagem sideral,
onde divago à procura
de minha presença,
por onde voam os pensamentos,
a vida,
os sonhos e os versos
a caminho da morte.
OS VERSOS A CAMINHO
"Nem o mármore, nem os monumentos dourados dos príncipes hão de sobreviverem a estes versos." (W. SHAKESPEARE)
O dia a dia,
é como chuva fina,
gelada, molha-me.
A minha sombra,
caminha com as minhas dores.
Ao meio dia, uma rosa desfolha-se.
A minha estatura,
é a dimensão de minha tristeza,
Do asfalto quente,
brota um sonho translúcido,
Os frutos,
são como o sol, a chuva,
o mar, um lago refletido no luar.
Os frutos, é logo amanhã.
Entendo a inexistência da vida.
O amor é um fogo fátuo,
a minha presença,
está na minha ausência.
Sonho por sonho,
coloco-os no outono da vida.
O universo não é maior
que meu coração,
nele não cabe, nem o ódio,
nem o rancor,
ele é uma paisagem de paz,
de saudade, do amor...
nele, cabe, apenas o sorriso
puro e límpido das crianças,
a mão estendida ao leal companheiro.
No entanto,
estou numa viagem sideral,
onde divago à procura
de minha presença,
por onde voam os pensamentos,
a vida,
os sonhos e os versos
a caminho da morte.