VIDA E MORTE


A minha garganta
É seca, é muda,
É triste, é surda...
- Ela já não canta!

O meu olhar, pra quê,
Se é turvo, é seco?
Nada tem o beco...
- Ele já não o vê!

A minha ilusão,
Em plena aurora,
Fugiu, foi-se embora...
- Ela foi ao chão!

O meu áureo pomar,
Sua cor... sua vida
De tão combatida
Perdeu-se no ar.

A minha alegria
Caiu-me do rosto,
E hoje o desgosto
Fez-me moradia.

E a minha mente
Já não mais pensa,
Caiu na descrença...
- É pedra, não sente!

O meu doce amor
Breve se desfez,
Pondo-me de vez
Pregado em dor.

E a minha vida?
Que triste sou eu!
Além de perdida,
Minha vida... morreu!
Aécio Cavalcante
Enviado por Aécio Cavalcante em 11/02/2007
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