“MODÉSTIA”

Que me desculpem Cervantes,

Beethoven, Kafka, Dante,

Qualquer errante no limbo

Que tenha este carimbo:

Abriga o rei Salomão...

E me perdoem Bandeira,

Drummond, Elis, Risoleta;

Só vou girar a roleta

E dar aceno formal,

Quando for ponto final...

Não leve a mal Villa Lobos,

Não fique assim, ora essa,

Meu caro e querido Eça,

Por eu não ter tanta pressa,

Pois tanto lhe Queirós bem!

Nem me condenem Platão,

Danuza, Nara, Tristão,

Agatha, Shakespeare, Freud,

Pixinguinha, Exupéry,

Pois gosto muito daqui...

Já resolvi que demoro,

Mas um dia também chego;

Vencerei o meu apego;

Pode ser que só embarque

Depois de Chico Buarque...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 05/07/2012
Código do texto: T3762152
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