(Entre parênteses)
Parênteses evidenciam as circunstâncias
de cotidianos mesclados.
A mãe aflita reclamando do calçado que aperta.
O pai bêbado ou sóbrio e inóquo.
A filha que cheira,
o filho que dá.
Os filhos da puta!
Entre parênteses eu vejo o horizonte.
Vejo a moça tímida, o rapaz solitário,
o bilionário com câncer,
a faxineira honesta.
Todos pardos, negros, índios, brancos...
Tão distintos entre os parênteses
que não os aprisionam,
mas os distinguem.
O por do sol e seu nascer parenteseados.
E “EU”, entre aspas.
Escrito em 20.05.12