A FORÇA DA MINHA RIMA
Eu quis minha poesia sem rima,
Chupei laranja, limão e lima,
Fui obrigado a rimar.
Depois inda cismei: não rimo.
Subi a montanha, e lá no cimo
Saltou-me da boca o “ar!”.
Derramei tanta força, tanta,
Que quase adoeci da garganta,
Quase me partiu o coração.
Agora mesmo, vejam! até,
Se descrença, só digo fé,
Se Pedro, só digo João.
Pobre da minha humilde poesia,
Dizendo noite, quando dia,
Errando sempre o lugar.
Perdoam-me os poetas maiores,
Se mesmo as alegrias com as dores
Em minha pena estão a rimar.
Eu quis minha poesia sem rima,
Chupei laranja, limão e lima,
Fui obrigado a rimar.
Depois inda cismei: não rimo.
Subi a montanha, e lá no cimo
Saltou-me da boca o “ar!”.
Derramei tanta força, tanta,
Que quase adoeci da garganta,
Quase me partiu o coração.
Agora mesmo, vejam! até,
Se descrença, só digo fé,
Se Pedro, só digo João.
Pobre da minha humilde poesia,
Dizendo noite, quando dia,
Errando sempre o lugar.
Perdoam-me os poetas maiores,
Se mesmo as alegrias com as dores
Em minha pena estão a rimar.