Espelho Negro

Espelho Negro

Lamina de transparência lisa e fria com a noite,

Dentro do teu deserto de escuridão não ha estrelas ,

Apenas a negra lua, e um corte de diamante profundo.

Sentimentos a cavalgar nas trilhas das encostas sombrias,

A procurar na vastidão da madrugada, a luz cor de prata,

Esquecida num olhar perdido no tempo, e nas planícies..

Relâmpagos são vidas etéreas, consumidas no firmamento,

De um mar suspenso em nuvens carregado de lembranças.

Plataforma de uma estação de superfície dura e soturna,

Sobre trilhos do tempo, tuas pegadas são de um peregrino,

Levados em vagões, carregados de casulos de desejos.

Sob túneis; ventos, sonhos fossilizados, e pedras roliças. Reflexo das cavernas que abrigam o mistério dos templos. Paredes do abismos espelhados do olhar de Narciso .

De ti nem pensamento escapa. Clausura do templo/espaço.

Mariposa que a negra luz atrai, nas armadilhas da paixão.

Pousar sobre a tua nudez, a luz fresca das manhas,

Onde gotas de orvalho a absorver teus mistérios.

Pulsar no teu infinito de espaços vazios, um coração,

De um sacrifício Maya, envolto em balsamo de Galaad.

Espectros de negros cavaleiros presentes em teu castelo,

Cercados por valas a emoldurar o teu universo plano.

Espectros a absorver tua fraca luz crepuscular,

Adormecem nos umbrais,a sonhar com belvederes de luz.

airton parra