Coveiro Amador

Quando faço uma poesia

Me exponho aos olhares

Vez por outra me enterro

Cavo covas cavalares

Ocultando sentimentos

Entre os mortos me destaco

Mais que tiro só aumento

O tamanho do buraco

Nessa estranha alegoria

Cova rasa faz-se abismo

Madrugada faz-se dia

E a poesia, uma vitrine

Que me mostra por inteiro

Mais que escondo só exponho

Meu fracasso como coveiro