" ODE À HORA DO CANTO "
Escrevo um poema
com as mãos cheias de mistérios,
frente a um altar vazio
com divina loucura.
Criminal, faço profecias bíblicas
mas não maltratarei a hora do canto,
pois não aceito ofensa aos poetas,
nem quero as suas mãos entre as minhas
por estar infenso à ternura.
Lamento o silêncio das catedrais
por não querer escutar as vozes
das sombras caladas.
Sombra delas,
um ruído exato em suas carnes
como se desejassem
tocar o vento.