O Poeta e o Cientista
   Poeta e cientista
   O mundo escrito a duas mãos.
   Irmãos a brincar com a riqueza
   Que a natureza tem para nos dar.

   Almas criança a alimentar os sonhos
   da infância.
   Um desatou a teorizar.
   Deu de brincar de inventar, de criar.
  
   Quer dar para  a matemática, física
   E outras ciências mais um destino
   Nobre. Tão desatento vai que nem
   se incomoda de continuar pobre.

   O outro continuou  a brincar de sonhar.
   Construiu com o material de que são
   Feitos os sonhos coisas de encantar e
   De arrepiar.

   Um agarrou-se à ciência: quer saber
   Tudo que ela tem para nos dar.
    Bebe na fonte, nutre-se daquele saber.
    O sonho não morreu, cresceu.

   Na trilha da poesia o poeta aprende
   e cria.
   Enquanto caminha apura os sentidos,
   Entra na consciência da existência.

   Mais à frente já se vê a porta do inconsciente.
   É ali que nascem os sonhos.
   É ali que cresce a vontade de sonhar
   É ali que o poeta quer morar .

                           Lita Moniz