Na infância


Armava eu arapucas
E também um alçapão
Dentro iscas de frutas
Fora minha contemplação

Peguei pipira, corrupião
Peguei também sabiá
Pelas matas do sertão
Onde eu vivia a traquinar

Tentei criar um sabiá
Com grãos de melão são caetano
E em seu bico eu empurrava
Até que caiu fechando as asas
Não mais os grãos suportando

Ele abria o bico tentando
A qualquer custo respirar
Eu de nada desconfiando
Acabei matando o sabiá

Fiquei sem entender
Ele não queria comida?
Abria o bico por quê?
Ele buscava era a vida
Deus como eu chorei
Nessa triste despedida

Kainha Brito




Kainha Brito
Enviado por Kainha Brito em 21/05/2012
Reeditado em 18/07/2012
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