Grito mudo

Certos hábitos sempre me seguem, já são parte de mim

Viajar alheio a tudo em devaneios sem fim

Perder-me em doses periódicas de cine-escatologia

Rabiscar versos soltos com minha rude caligrafia

É como um grito mudo de socorro, uma descrente prece

Trarão tais vícios tão catárticos alguma solução?

Seja para a noite teimosa que insiste em seu clarão

Ou para o melancólico pesar que ao dia escurece