Dança da (des)confiança

Nenhuma forma de vida

Inferior superior ou indiferente

Deve admitir a ideia

De que de tua matéria

Pode irradiar falsidade

Ou miséria

Nenhuma possibilidade

De que tu rasgues a sinceridade

Deixando-a com o menor vestígio

De teatralidade

Deve ser acreditada como séria

No entanto eu desconfio até da

Admitida maldade

E por isso me condeno

A todos os tipos de

Ofensivas verdades

Despejadas pelos psicólogos

Que vêem em minhas

Desconfiadas atitudes

O reflexo de minha personalidade

Que coloca no próximo

As minhas próprias chagas

E insaciedades

Mas a ti nenhuma injúria atinge

Sem que ela torne-se calúnia

E profanidade

Por ti as flechas malignas

Dos arqueiros invejosos

Apodrecem em seus vôos

E nem o inferno as aceita

Pois tu pairas acima dos cumes celestes

E vestes atmosferas que fazem

Da nudez uma forma de santidade

E trazes em tua cabeça

Auréolas inéditas

Mais modernas

E eternas

Que quaisquer regras

Ou seitas

Tu ultrapassas a verdade

E pousas na outra realidade

Na qual não há necessidade

De frase ou debate

Pois que a tudo apenas admite-se

Sem sombra de contrariedade

Ou luz de desconfiança

No entanto eu sou mais desconfiado

Que toda a soma dos bichos do mato

Sou mais rato diante do gato

Que aqueles dos desenhos animados

E isso é fato

19/04/2012

EDUARDO NEGS CASTRO
Enviado por EDUARDO NEGS CASTRO em 03/05/2012
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