Lusco-fusco
Num dado momento
As luzes se apagam
As vozes se calam
Um gosto amarga
A boca privada de alimento
Fomento da alma
De mãos calejadas
Que lá pelas tantas
Sufocam a garganta
Do dia que arde em febre alta
É este o fadário do crepúsculo
A dor faz rijir toda carne
O frio faz tremer cada músculo
A lua reclama o seu trono
Lançando seu doce açoite
E toda luz é engolida
Pela boca faminta da noite