*************MUROS************

Cegueira louca e poética,

esta que vem de ti.

Como uma doença,

que soa febril e epilética.

Uma praga que há de vir.

Teus olhos não mais revelam,

as sementes que vi.

Agora são cegos, secos.

Como as flores que outrora colhi.

Tua visão enegrecida,

não vê a vida que tem.

Inventa dor para ser sentida,

porque assim lhe convêm.

Distancia aumentada,

para tornar felicidade utopia.

Para deixar de dar

a nossa vida, tua alegria.

O futuro revela-se trágica surpresa.

As cercas construídas eram de pó,

mas inquebráveis,

para aqueles que desejam viver só.

FLÁVIA PINHEIRO
Enviado por FLÁVIA PINHEIRO em 24/04/2012
Código do texto: T3631638
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