*************MUROS************
Cegueira louca e poética,
esta que vem de ti.
Como uma doença,
que soa febril e epilética.
Uma praga que há de vir.
Teus olhos não mais revelam,
as sementes que vi.
Agora são cegos, secos.
Como as flores que outrora colhi.
Tua visão enegrecida,
não vê a vida que tem.
Inventa dor para ser sentida,
porque assim lhe convêm.
Distancia aumentada,
para tornar felicidade utopia.
Para deixar de dar
a nossa vida, tua alegria.
O futuro revela-se trágica surpresa.
As cercas construídas eram de pó,
mas inquebráveis,
para aqueles que desejam viver só.