Concepção Artística

       De Cristo, da Crucificação toda a forma de expressão
       Se valeu para ir mais longe.
       Os artistas de todas as idades dedilharam suas vaidades,
       tentando criar imagens de um Deus que entre nós viveu.

       Toda a  manifestação artística  acompanha a missão do
       Nascimento, à morte, à ressureição.
       A força da poesia me diz que esse Cristo, que não morreu.
       Saiu daqui por opção.

       Era homem, era Deus!
       Podia viver cem anos com aparência de trinta.
       Podia, se quisesse, dois mil e poucos anos depois,
      andar aqui entre nós, como se dois mil fossem dois.

      Adiar a viagem por séculos sem fim.
      Podia escolher morrer sem padecer.;
      Deixar de sentir, ficar acima do seu corpo
      Vivo morto.

      Chibatadas, mãos pregadas, cabeça chagada.
      O corpo em ponto morto já não sentia nada.
      Se sofreu, se houve  dor , era dor à mistura.
      Dor de ver o mal entre nós a crescer.

      Dor de ver que o homem precisaria de sei lá
      Quantos mil anos mais para acabarem os ais.
      Dor de ver que o assim na Terra como no Céu
      Estava longe, muito longe de acontecer.


      E se foi deixando-nos esta lição:
      No amor a salvação.
      Sabia bem que no além se pratica aceitação.
      Também lá há espíritos com mais ou com
       Menos luz.

       Nem por isso o mais luminoso se sente o
       mais poderoso.
       Assim na Terra como no Céu só será verdade
       Se aceitarmos viver  esta  realidade.

     Quantos anos Cristo precisaria entre nós ficar
      Até esta verdade o homem  vivenciar?
      Por opção escolheu morte de Cruz.
      A maior lição.

      Queiramos ou não ao  assistirmos a esta
       Encenação, volta a lição.
       Ofereci a minha vida por ti.
       Deixo-te com  a missão de estenderes a mão ao irmão.

                                      Lita Moniz