Formando a madrugada
Versos pairavam em
Minha mente
Junto a pedaços
De infância
Regidos por muitas
Teorias
Alcançadas
Na busca do saber,
Na tentativa de compreender
As invisíveis
Ligações que há na Vida
Eu estava cansado
Há muito tempo não dormia
E o mundo que parecia
Me envolver
Tomara um aspecto de agonia
Todo meu esforço
Em campos tão
Diversos apliquei
Procurando decifrar
Os segredos de minha face,
Mas nada alcancei...
Eu tive pequenas alegrias,
Arroubos de iluminação
Em que me percebi,
Mas não duraram minhas ilusões,
Apenas ecos do que buscava
Eu entrevi...
Desde os meus anos de juventude
Em que não ideava,
Em que mundo,
O ser que projetava o meu,
Se encontrava.
Naqueles primeiros tempos
Eu só sentia
E o por quê em mim
Se silenciava...
Eu ia ruminando
Breves amargores,
As Grandes Dúvidas
Que mais à frente me esperavam
Houve um tempo
Em que conheci
O que era sentir dor,
Sentir desalento,
Não visualizar um futuro
Além do que eu tinha aqui dentro
Dessa mente dissonante
Das idades de cada momento
Hoje eu ando pela rua
E não busco chegar a lugar nenhum,
Meus passos ajudam
A formar a madrugada,
E ela vai e eu fico
Suspenso no objetivo do nada
Abandonei os meus livros,
Abandonei as idéias já pensadas
E saí a andar pelas ruas
Sem o objetivo de conhecer
Nada...
Apenas me decompondo,
formando a madrugada...
14/07/2007