Formando a madrugada

Versos pairavam em

Minha mente

Junto a pedaços

De infância

Regidos por muitas

Teorias

Alcançadas

Na busca do saber,

Na tentativa de compreender

As invisíveis

Ligações que há na Vida

Eu estava cansado

Há muito tempo não dormia

E o mundo que parecia

Me envolver

Tomara um aspecto de agonia

Todo meu esforço

Em campos tão

Diversos apliquei

Procurando decifrar

Os segredos de minha face,

Mas nada alcancei...

Eu tive pequenas alegrias,

Arroubos de iluminação

Em que me percebi,

Mas não duraram minhas ilusões,

Apenas ecos do que buscava

Eu entrevi...

Desde os meus anos de juventude

Em que não ideava,

Em que mundo,

O ser que projetava o meu,

Se encontrava.

Naqueles primeiros tempos

Eu só sentia

E o por quê em mim

Se silenciava...

Eu ia ruminando

Breves amargores,

As Grandes Dúvidas

Que mais à frente me esperavam

Houve um tempo

Em que conheci

O que era sentir dor,

Sentir desalento,

Não visualizar um futuro

Além do que eu tinha aqui dentro

Dessa mente dissonante

Das idades de cada momento

Hoje eu ando pela rua

E não busco chegar a lugar nenhum,

Meus passos ajudam

A formar a madrugada,

E ela vai e eu fico

Suspenso no objetivo do nada

Abandonei os meus livros,

Abandonei as idéias já pensadas

E saí a andar pelas ruas

Sem o objetivo de conhecer

Nada...

Apenas me decompondo,

formando a madrugada...

14/07/2007

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 02/03/2012
Reeditado em 02/03/2012
Código do texto: T3531638
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