Mas não tens Amor
Tens casa, tens pão, até tens razão,
Amor não.

O amor é um sentimento nobre.
Mesmo com tudo que tens és pobre.

Pobreza que vem de nunca teres
Conseguido amar ninguém.

Então se ao teu redor o amor se faz
Louva, agradece.

O que vês é prece.
É outra forma de rezar.

O mundo pede mais gente a se amar.
A boa energia chega para ajudar.

Almas irmãs a nadar no remanso
Deste mar.

Duas praias próximas, distantes, e as
Toalhas a esperar a chama do amor abrandar.

Que nenhum dos amantes se atreva a tirar
Aquela toalha do lugar.

Ela assinala a praia em que cada um deve ficar.
O amor é grande, e é grande a força que tem.

Pode ser um vento forte que chega para arrasar.
Para destruir o teu norte.

E pode ser uma brisa leve, suave, que sabe a hora
de chegar e de se retirar.

É capaz de eternizar um segundo.
Colocar nele todo o amor do mundo.

O amor não é invasor, nem destruidor.
Cede espaço para que as duas árvores se levantem

E alegres cantem a mesma canção.
São duas cordas de um violão.

Juntas, separadas, a vibrar em sintonia.
A melodia ganha vida e cor na força do amor.

Se assim não for, é melhor viver sem nunca ter
Conhecido o amor.
Lita Moniz