" O TEMPO DAS CEREJAS "

Às vezes volta o tempo das cerejas:

os dias que voaram na brisa

que beijou a pele.

"Sabes?

Por vezes fica nos lábios

o rubor do sangue,

como se tivéssemos mordido o amor."*1

Comoção carnuda, melro, flores

o calor, sabor atemporal

do tempo da felicidade.

Ao anoitecer, mulher e homem

virão buscar o tempo das cerejas

que pousaram em suas bocas.

No tempo das cerejas

não ha dor,

nem sofrimento,

só o demasia dos caroços das cerejas

que pintaram os lábios

com vermelho rubro.

*1 Cecília Meireles.

permiano colodi
Enviado por permiano colodi em 27/02/2012
Reeditado em 27/02/2012
Código do texto: T3523605