Os limitados sentidos conhecidos
A visão sabe que o importante
É o que permanece desconhecido,
Então, em transe, nunca está satisfeita
Com o que lhe está perto e lhe é permitido.
O tato entende que o pretendido alvo
È aquele vago e fora de seu alcance,
E de fato, está sempre ansiando por contato
E mesmo tocando algo, sente-se distante.
A audição pretende, segura, que seu auge
Logo chegue com todo seu esplendor.
Sem pensar no que é vão, luta contra o silêncio,
Buscando qualquer ruído próximo ao amor.
O paladar, sensível, sente ascos e prazeres,
Mas sabe que seus poderes podem ir além,
Por isso tem fomes, sedes e algumas outras dores
Acompanhadas de sabores que só em sonhos tem.
O olfato, feliz nato, é o único satisfeito,
E é claro, sendo assim, nunca de nada reclama,
Procura ver no fedor algo mais que um defeito,
Tirando de qualquer cheiro o que lhe trará a calma.
17/02/2012.