Os limitados sentidos conhecidos

A visão sabe que o importante

É o que permanece desconhecido,

Então, em transe, nunca está satisfeita

Com o que lhe está perto e lhe é permitido.

O tato entende que o pretendido alvo

È aquele vago e fora de seu alcance,

E de fato, está sempre ansiando por contato

E mesmo tocando algo, sente-se distante.

A audição pretende, segura, que seu auge

Logo chegue com todo seu esplendor.

Sem pensar no que é vão, luta contra o silêncio,

Buscando qualquer ruído próximo ao amor.

O paladar, sensível, sente ascos e prazeres,

Mas sabe que seus poderes podem ir além,

Por isso tem fomes, sedes e algumas outras dores

Acompanhadas de sabores que só em sonhos tem.

O olfato, feliz nato, é o único satisfeito,

E é claro, sendo assim, nunca de nada reclama,

Procura ver no fedor algo mais que um defeito,

Tirando de qualquer cheiro o que lhe trará a calma.

17/02/2012.

EDUARDO NEGS CASTRO
Enviado por EDUARDO NEGS CASTRO em 22/02/2012
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