FANTASIA INUSITADA

Carnaval mais uma vez chegando.

Saio para comprar minha fantasia.

A princípio, pensei em xeque árabe,

Porém, por absoluta falta de fundos,

Desisti do meu intento.

Depois, imaginei-me de Pierrô,

Mas, como já sou triste por natureza,

Nem sei se por medo ou incerteza

Essa idéia também melou.

E, assim, ansioso e indeciso,

Prossegui na busca insana:

Clow, morcego, pirata

Romano, punk, falsa baiana,

Nenhuma a seduzir

Minha alma que se dizia carnavalesca.

Até que, no espelho da Casa Turuna,

Deparando-me com minha imagem a refletir,

Surpreendo-me com o vulto desconhecido

E, num lampejo de ousada inspiração,

Paro espanto, meu e de todos,

Resolvi fantasiar-me de mim-mesmo,

Saindo por aí à brincar, anônimo,

Por ninguém reconhecido

Nem pelo meu lado mais sombrio.

- por JL Semeador, na Lapa, primeiro lugar de originalidade em concurso de fantasias poéticas –

jlsantos
Enviado por jlsantos em 21/02/2012
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