" ARACNE " ( De 2007)

Suspensa no fio,

a aranha tece

e se aminha,

depois de pronta

a teia.

Fulge seu olhar na escuridão.

Aguarda a presa incauta,

lambendo as patas.

No salto sobre a presa,

tece o abismo do sonho,

mais real do que desperto.

Pálida, a caça aguarda

sua hora de entregar-se

sem surpresa, à fera.

Nos ardís noturnos,

há algo mais

do que possa ser

a sua meta de alimento.

Depois do bote,

nas arestas dos espinhos,

cumpre-se um rito de vazios.

Na abóboda infinita das esferas,

a aranha faz-se bela

em seu veludo negro,

pois sempre esteve

além do que é quimera..

permiano colodi
Enviado por permiano colodi em 17/02/2012
Reeditado em 17/02/2012
Código do texto: T3504526