" MINHA SINA "

Ser pássaro não foi minha sina,

nem de rio; passo ao largo das fontes.

De vez em quando, sentia-me abençoado,

ouvía acalantos e ralhares.

Só os pássaros faziam poesias nas galhadas.

Penso que nunca tive pendor de solidão.

Resigno-me a conviver com o que detesto,

creio que um rancor deveria ser mais

explícito em mim,

não a ponto de só afastar-me do malígno,

falta-me o desejo de combatê-lo com ferocidade.

permiano colodi
Enviado por permiano colodi em 13/02/2012
Reeditado em 14/02/2012
Código do texto: T3497026