" MINHA SINA "
Ser pássaro não foi minha sina,
nem de rio; passo ao largo das fontes.
De vez em quando, sentia-me abençoado,
ouvía acalantos e ralhares.
Só os pássaros faziam poesias nas galhadas.
Penso que nunca tive pendor de solidão.
Resigno-me a conviver com o que detesto,
creio que um rancor deveria ser mais
explícito em mim,
não a ponto de só afastar-me do malígno,
falta-me o desejo de combatê-lo com ferocidade.