Fazer poesia

Fazer poesia é coisa fútil

É quase inútil

Só a sente mesmo

Quem estar a fazer

Outrem que por acaso

A venha a ler

Outra coisa vai sentir

E pode ser que até rir

Do que para quem a fez

Foi um drama...

Poesia é sangue que se derrama...

Assim sem cor

Pelo papel

Pelos códigos binários

Ternários da informática

E vai atingir longe

Um leitor

Que talvez sinta alguma dor

De amor

De compaixão

De solidão...

Fazer poesia

É andar na contramão

É está sempre em contradição...

Quem faz poesia

Não quer ser entendido

Nem mesmo lido,

Quer se libertar

De uma agonia que toma

Seu coração

E faz de sua via

Uma completa assombração.

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 15/01/2007
Reeditado em 16/01/2007
Código do texto: T348051
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