Fazer poesia
Fazer poesia é coisa fútil
É quase inútil
Só a sente mesmo
Quem estar a fazer
Outrem que por acaso
A venha a ler
Outra coisa vai sentir
E pode ser que até rir
Do que para quem a fez
Foi um drama...
Poesia é sangue que se derrama...
Assim sem cor
Pelo papel
Pelos códigos binários
Ternários da informática
E vai atingir longe
Um leitor
Que talvez sinta alguma dor
De amor
De compaixão
De solidão...
Fazer poesia
É andar na contramão
É está sempre em contradição...
Quem faz poesia
Não quer ser entendido
Nem mesmo lido,
Quer se libertar
De uma agonia que toma
Seu coração
E faz de sua via
Uma completa assombração.