"PENSO EM MATÁ-LA COM BALAS DE PÓLEN " (Para o amigo Carlos)
"...o meu amigo que se chama Carlos,
saber quem"é", não vale a pena perguntar.
Tem a bondade do bom pão que se põe à mesa
e um ar de cavalheiro contrariado...."
(Pablo Neruda)
O amor enregelou-se nos gestos do dia;
pende como uma rosa murcha,
uma flor sem mistério.
Não podem as ervas
estar impregadas de amor?
Penso em matá-la,
mas quero que ela retorne
ao doce romance,
pois ela não percebe que os sentimentos
são como árvores, montanhas, rios,
precisam ao menos de um olhar.
Dou nome a minha tristeza
e deixo quietas as fontes, as dores,
a vida que mingua,
a poeira de nossas pegadas.
Enquanto o abismo não chega,
cuido de meus versos
para que as lágrimas não sufoquem
estes cismares.
Mas...,devo deixar a dor pelo caminho,
para que nada mais me atormente,
e a ferida deixada se apasigue
em minhas veias atormentadas.