"PENSO EM MATÁ-LA COM BALAS DE PÓLEN " (Para o amigo Carlos)

"...o meu amigo que se chama Carlos,

saber quem"é", não vale a pena perguntar.

Tem a bondade do bom pão que se põe à mesa

e um ar de cavalheiro contrariado...."

(Pablo Neruda)

O amor enregelou-se nos gestos do dia;

pende como uma rosa murcha,

uma flor sem mistério.

Não podem as ervas

estar impregadas de amor?

Penso em matá-la,

mas quero que ela retorne

ao doce romance,

pois ela não percebe que os sentimentos

são como árvores, montanhas, rios,

precisam ao menos de um olhar.

Dou nome a minha tristeza

e deixo quietas as fontes, as dores,

a vida que mingua,

a poeira de nossas pegadas.

Enquanto o abismo não chega,

cuido de meus versos

para que as lágrimas não sufoquem

estes cismares.

Mas...,devo deixar a dor pelo caminho,

para que nada mais me atormente,

e a ferida deixada se apasigue

em minhas veias atormentadas.

permiano colodi
Enviado por permiano colodi em 03/02/2012
Reeditado em 18/02/2012
Código do texto: T3478848