Desviada de Mim
Desviada de Mim
Desviada de mim andei.
A nau da minha vida à deriva deixei.
Apanhei!
Deixei-me ficar junto ao punhal que
me andava a esfaquear.
Deixei!
Maltratei a minha alma.
Dei cabo do meu coração.
Pequei!
O maior pecado foi deixar-me
ficar assim da vida ausente.
Descontente!
Acorrentei a minha alma no porão
Daquele navio escuro, sombrio.
Que frio!
Para disfarçar o que andava a fazer
Desatei a fugir.
Dei de mentir!
Vida mentida, fingida.
Atrás da porta escondida, sem adeus.
Sem Glória a Deus!
Aqui diante de mim confesso que foi assim.
Não havia outra opção, mas não criei raízes.
Não era o meu chão.
Lita Moniz