" O Encontro do Amor com a Alma:" a lenda



Psiquê, a mais bela de três princesas era,
Linda jovem mortal que a Afrodite irritou,
Porque pensando que com ela concorria.
No entanto, de nada disso sabia.
Tampouco compreendia que ela, linda menina,
A alma humana simbolizava.

Do Olimpo logo desce, Eros,
O próprio Amor, esse filho de antagônicas forças,
Mas que a harmonia do universo define.
Que perversa missão tinha!
Tornar Psiquê a mais desprezível mortal.
Como se não bastasse, ainda proibiu
Que por alguém amada fosse!

Eros, essência do sentimento criador,
Poderosa força que a tudo domina.
Nem ele sabia, por desastrado,
Que, com sua própria flecha,
Ferido seria.
Tomado de violento sentimento,
Ante a fulgurante beleza,
Sucumbiria e pela princesa,
Eternamente se apaixonaria!

Eros, sua missão não cumpriu
Para sua mãe teve que mentir.
Porém, a prepotente deusa descobre.
Sem piedade, por vários sacrifícios,
Vai a bela e mortal princesa fará passar.
Eros também amava e sofria.
Sem o alimento constante da vida,
O único que nos fortalece: o Amor.

Em suntuoso palácio, sua princesa colocou,
E, envolto no véu da invisibilidade,
Profundamente a amou,
Mas ela, curiosa, sua confiança abalou,
Porque um dia quis conhecer
Quem era seu doce Amor.
Condenada Psiquê estava!

Por tantas provas esse Amor passou
Que outra solução não restou,
Senão a Zeus pedir autorização.
Que, por de tudo saber, a concedeu.
Eros, ambrosia a sua amada deu,
Que, sedenta, depressa a sorveu.
Era o néctar da imortalidade!
Unidos, amaram-se, para sempre!

Eros é a eterna expressão
Do encontro da Alma com o Amor,
Do divino com o terreno.
A tudo suplantando,
Pelo perene Amor
Fugiu ao andarilho destino.

Eros e Psiquê nos ensinaram
Que o Amor germina e vive,
Mesmo quando tudo parece perdido,
O mistério permanece e
De novo nasce ou renasce!

Eros e Psiquê outro presente,
Eternamente nos legaram,
O espelho maior da verdade,
Dos laços que unem Céu e Terra,
E, pelo poder desse Amor,
Deixaram-nos uma criança,
O Bem-querer, a Bem-Aventurança,
Com o nome de Volúpia.


Texto inspirado na Mitologia grega, e, sobretudo, no belíssimo poema do grande poeta Fernando Pessoa.

















Luandro
Enviado por Luandro em 12/01/2012
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