Do Lado de Fora
Era noite de Natal,
A ceia na casa de pessoa amiga,
Lugar luxuoso,
Excludente.
Enquanto do lado de dentro,
A profusão de alimentos,
Beirava o desperdício.
Do lado de fora do condomínio,
Espremendo-se contra as grades,
Impedidas pelos seguranças,
Três meninos ali estavam.
Aquelas crianças
Sonhavam,
Nada tinham.
Como, há mais de dois mil anos,
Não havia lugar para o Menino-Deus,
Não há lugar para elas.
Sozinhas, mirradas, sujas,
Marcadas pelo abandono,
Atreviam-se a estender
Os braços pelas grades,
Logo reprimidas.
Aflitos, apelavam por uma luz.
Uma boneca e alguns outros brinquedos,
Um prato repleto de alimentos.
Nunca vi olhos tão olhos brilhantes e belos.
Sentaram-se, rindo... rindo muito.
A paz do mundo se fez minimamente presente.
Por tão pouco.
Olhemos em volta,
Há sempre alguém
A quem se pode dar uma centelha de amor..
Silêncio!
Neste Natal quero apenas ouvir
O riso, a pureza do riso, daquelas crianças.
Era noite de Natal,
A ceia na casa de pessoa amiga,
Lugar luxuoso,
Excludente.
Enquanto do lado de dentro,
A profusão de alimentos,
Beirava o desperdício.
Do lado de fora do condomínio,
Espremendo-se contra as grades,
Impedidas pelos seguranças,
Três meninos ali estavam.
Aquelas crianças
Sonhavam,
Nada tinham.
Como, há mais de dois mil anos,
Não havia lugar para o Menino-Deus,
Não há lugar para elas.
Sozinhas, mirradas, sujas,
Marcadas pelo abandono,
Atreviam-se a estender
Os braços pelas grades,
Logo reprimidas.
Aflitos, apelavam por uma luz.
Uma boneca e alguns outros brinquedos,
Um prato repleto de alimentos.
Nunca vi olhos tão olhos brilhantes e belos.
Sentaram-se, rindo... rindo muito.
A paz do mundo se fez minimamente presente.
Por tão pouco.
Olhemos em volta,
Há sempre alguém
A quem se pode dar uma centelha de amor..
Silêncio!
Neste Natal quero apenas ouvir
O riso, a pureza do riso, daquelas crianças.