DE LUTAR FICOU-ME A LIBERDADE
Não mais, não mais esta inconstância,
que durante anos e anos,
deu-me à sorte e ao fado, este mundo,
de mãos vazias, entregando-me ao
vil sortilégio, de acasos e promessas,
que não se podiam cumprir,
por ser a metade do homem, que já
fora, sem grilhetas nem algozes.
Assim, sozinho, me rebelei e cuspi
bem longe, a vil mordaça,
que muitos se apraziam e insistiam,
negando-me a vontade,
que de punhos cerrados, alto os ergui,
contra a difamação
e o desprezo, com que me cobriam,
espezinhando meus olhos,
que já eram dados ao resplandecer,
de um outro sol em mim,
apresentando-me a caminhos lúcidos,
de onde, enfim, fui liberto.
Jorge Humberto
19/12/11