AMOR ANTIGO

Emudecido em um silencio protetor,

Observo as linhas do teu rosto.

Encantam-me os teus olhos.

Neste instante, quase me traem os olhos meus.

Acaso é erro o meu desejo?

Serei eu a vítima do meu engano?

Porque não falar o que sinto?

Não é isso o que preciso?

Apenas desabafar e nada mais?

E se o silêncio for meu melhor amigo?

Então, falar não deve os lábios, meu segredo.

Se me trair esse anseio, levo ao termino meu sofrimento.

Então, abro minha boca e morro!

Minha confissão será a ultima coisa que meus lábios pronunciarão,

Antes de perder-te para sempre!

Covarde! É o que sou?

No medo de me abrir me perco!

E se teus olhos me olharem torto?

Por tonto me terei, se confiar a ti a minha confissão!

Não suportarei o olhar de pena!

Mas se te conto, me terias como antes, teu amigo?

Ah! Se me atrevo, conto-te tudo!

De largo então, poria a minha covardia às margens dessa estrada sem saída.

E perdendo-te ou não, ao menos teria o consolo de ter tentado.

Ou se ao contrário do que imagino encontrar em teu olhar simpatia a minha declaração?

Então após o confessionário diria tudo o mais!

E se teus lábios abrirem um sorriso,

Logo me atreveria mais e tocaria a tua mão.

Meus olhos se fixariam penetrantes nos teus,

E verias através dos meus o tanto que te amo. Que te desejo.

Nada, então, em oculto estaria.

Eu seria teu livro aberto e nas minhas paginas lerias sobre ti.

Nas minhas linhas saberias como te vejo.

Lerias sobre um romance antigo e platônico

Saberias dos momentos mais difíceis quando por vezes tentei contar-te tudo

E de quantas vezes falhei. No entanto, meu amor nunca desistiu.

Nunca sai do lado teu, mesmo que somente como amigo me tivesses.

Protegi tua vida como os Lordes as suas donzelas em perigo.

Guardei os teus segredos como um tesouro precioso a mim confiado,

E algumas vezes como um fardo muito penoso e pesado.

Segurei tua mão com força para levantar-te quando caias e nunca te permiti à derrota.

Fui teu o servo, o teu amigo e também a tua rocha.

Em mim colocas-te a tua confiança em todas as horas de todos os dias.

Eu, porém, não pude confia a ti, o meu único segredo.

Quase morria ao ver-te nos braços de outros,

E muitas vezes desejaram serem surdos os meus ouvidos.

Pois assim, não poderiam ouvir-te falar deles que te podiam ter.

Eu ali tão perto era apenas o amigo!

Sabes o que é morrer por dentro sem ter esperanças?

Amor não correspondido não é doce como o mel, amarga como o fel.

Não é suave como a seda, é duro como a pedra.

Um amor assim dilacera, faz ferida que parece nunca cicatrizar.

Um amor assim fortalece enquanto maltrata.

Um amor assim não correspondido aprende a esperar.

Amor assim é amor antigo sofrendo em silencio,

Aprendendo a amar mesmo que nunca seja correspondido.

Ah! Se me atrevo!

Ou ganho tudo ou tudo perco!

“Ser ou não ser?”

Falar ou não falar? “Eis a questão”

Luiz Falcão
Enviado por Luiz Falcão em 11/12/2011
Reeditado em 13/11/2013
Código do texto: T3382959
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