AMANTE ARISCO

Caço amor na frieza dos rostos que passam,

busco essência e verdade no dom da beleza,

quero mais do que os cultos prestados à pele;

ao espelho dos olhos; às formas do corpo...

Amo a voz de quem diz no momento em que fala,

dou ouvidos atentos ao silêncio sábio

de quem sabe onde cala, o que berra e sussurra;

tem o lábio abonado pela transparência...

Vejo além, mais profundo, pra lá do que vejo,

muita coisa diverge das tintas do mundo

e dos breves lampejos do que pode ser...

Vem me amar no que sou, ser quem és ao meu lado,

sou alado e me assusto se meus olhos voltam

das paredes de alguém que se pinta ou camufla...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 09/12/2011
Código do texto: T3379823
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