CÂNTICO À LUA CHEIA

A Lua mora no meu infinito próximo.

Sua luz, feito a minha, que não é própria,

Chega-nos fria e baça, num pálido assomo,

Com um certo quê de tristeza e nostalgia.

Quando a olho no céu, fecunda e cheia,

Algo em meu peito, de súbito, desperta;

Emoção inteira, que por inteiro me permeia,

Tranportando-me a paragens incertas.

A Lua sempre se mostra com uma face oculta;

Metáfora do eterno mistério de nós mesmos,

A mostrarmo-nos, ao mundo, segundo uma falsa ótica,

Mas que é a aceita num cotidiano de hipocrisia e cinismos.

Enquanto isso, o nosso outro lado,

Aquele que nos resta escuro e invisitado;

Esse permanece fortemente trancado,

À sete chaves, à espera do momento de ser decifrado.

- por JL Semeador, na manhã de 1º de dezembro de 2011, refletindo diante da foto da lua cheia, fotografada por mim, através de um dos janelões da UFRJ, Campos Urca –

jlsantos
Enviado por jlsantos em 01/12/2011
Reeditado em 01/12/2011
Código do texto: T3366108