Nada a dizer

Não há nada a dizer,

Só um monte de espera,

Em toda a estratosfera

Nenhuma palavra doméstica,

Nenhuma selvageria,

Só a piada vazia,

A coisa sem graça e fria.

Enquanto você viaja

Eu meço a rotação das rodas

Do veículo que te transporta,

Enquanto você estuda,

Eu fico com meus livros inúteis

Daqueles autores confusos

Que dizem tanto para mim.

Teus fluídos cantantes,

A melodia jorrando

Das tuas digitais deixadas

No ar que não esqueceu

Tua caminhada

E também se sufoca,

Tornando-se grito como eu.

Enquanto você estuda,

Eu desaprendo o que é ser maduro

E me contento em voltar a ser puro,

Ainda estou lendo aqueles

Mesmos malucos,

Mas juro, tentarei ser menos bruto,

Menos inseguro,

Mas não te prometo

Voltar a ser outro.

19/07/2008

EDUARDO NEGS CASTRO
Enviado por EDUARDO NEGS CASTRO em 28/11/2011
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