Nada a dizer
Não há nada a dizer,
Só um monte de espera,
Em toda a estratosfera
Nenhuma palavra doméstica,
Nenhuma selvageria,
Só a piada vazia,
A coisa sem graça e fria.
Enquanto você viaja
Eu meço a rotação das rodas
Do veículo que te transporta,
Enquanto você estuda,
Eu fico com meus livros inúteis
Daqueles autores confusos
Que dizem tanto para mim.
Teus fluídos cantantes,
A melodia jorrando
Das tuas digitais deixadas
No ar que não esqueceu
Tua caminhada
E também se sufoca,
Tornando-se grito como eu.
Enquanto você estuda,
Eu desaprendo o que é ser maduro
E me contento em voltar a ser puro,
Ainda estou lendo aqueles
Mesmos malucos,
Mas juro, tentarei ser menos bruto,
Menos inseguro,
Mas não te prometo
Voltar a ser outro.
19/07/2008