Incapacitados para voar

A maioria das pessoas nada sabe sobre bondade,

E maledicentes convivem com a perfeição alheia.

Arranham certo ideal. Quase tocam na cultura crucial

Esculpida nos poemas anteriores às pedras.

Criador, por favor creia! Faça sua parte!

(Três vezes: Oh Messias, oh Marciano, oh Mistério!),

Pois eu acredito nos escorregadios territórios,

Nos quais acampo sem permissão ou cuidados,

E onde me castigo, me intrigo,

Sou, de certa forma, felicíssimo e maligno,

E também amante de améns anêmicos

E outros símbolos intocáveis.

Certas criaturas nada sabem sobre a dança descompassada,

Nem ao menos se questionam sobre a poeira e o tombo.

Quem me dera ter a sombra protetora das mãos do crucifixo

Ou a habilidade para piadas velhas

Dos bestiais de carne e vácuo.

Criaturas, por favor, se despedacem

Ou então se despeçam!

Tentem existir o mais próximo possível

De suas caricaturas!

Capacitem a cor de suas missões

E de seus inevitáveis desvios!

Chorem encostados em muros ásperos!

Enjoem diante de fedores distantes!

Masturbem-se sonhando com coisas

Indescritíveis e sem possibilidades de formas!

19/11/11

EDUARDO NEGS CASTRO
Enviado por EDUARDO NEGS CASTRO em 24/11/2011
Código do texto: T3353349