Incapacitados para voar
A maioria das pessoas nada sabe sobre bondade,
E maledicentes convivem com a perfeição alheia.
Arranham certo ideal. Quase tocam na cultura crucial
Esculpida nos poemas anteriores às pedras.
Criador, por favor creia! Faça sua parte!
(Três vezes: Oh Messias, oh Marciano, oh Mistério!),
Pois eu acredito nos escorregadios territórios,
Nos quais acampo sem permissão ou cuidados,
E onde me castigo, me intrigo,
Sou, de certa forma, felicíssimo e maligno,
E também amante de améns anêmicos
E outros símbolos intocáveis.
Certas criaturas nada sabem sobre a dança descompassada,
Nem ao menos se questionam sobre a poeira e o tombo.
Quem me dera ter a sombra protetora das mãos do crucifixo
Ou a habilidade para piadas velhas
Dos bestiais de carne e vácuo.
Criaturas, por favor, se despedacem
Ou então se despeçam!
Tentem existir o mais próximo possível
De suas caricaturas!
Capacitem a cor de suas missões
E de seus inevitáveis desvios!
Chorem encostados em muros ásperos!
Enjoem diante de fedores distantes!
Masturbem-se sonhando com coisas
Indescritíveis e sem possibilidades de formas!
19/11/11