SAUDADES DE NADA

Foste flor no deserto estendido em meu ser;

Cuia d´água nos lábios rachados por sol;

A visão do que os olhos pediam cansados

De não ver nos momentos de maior vazio...

Um oásis nas dunas desta solidão,

Boia solta no mar do cansaço profundo,

Cor viçosa perdida no chão desbotado

Deste mundo que arrasto sem saber pra onde...

A visão do momento em que dormi um pouco;

Sonho breve aplicado nas feridas d´alma;

Uma calma ligeira no céu tormentoso...

Nunca soube quem foste, porque foste logo;

Só pousaste no fogo das minhas angústias

Para seres lembrança do que não vivi...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 21/11/2011
Código do texto: T3348738
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